James Bond volta às livrarias politicamente correto.

Carte Blanche Por maio 26, 2011 1 Comentário

Em “Carte Blanche” lançado oficialmente hoje na Inglaterra, James Bond tem dilemas emocionais, deixou de fumar, e não procura nas mulheres aventuras efêmeras, mas continua bebendo seu vodka martini. Autor de romances policiais Jeffery Deaver assumiu o “desafio” de continuar a saga literária iniciada por Ian Fleming nos anos 1950 e levada ao cinema em mais de 20 filmes.

James Bond volta a enfrentar o mal no novo romance do americano Jeffery Deaver, “Carte Blanche” (Carta Branca, em tradução literal), no qual o célebre agente secreto mostra seu lado mais humano e suas dúvidas morais na hora de fazer uso de sua licença para matar. Deaver, um prolífico autor de romances policiais, assumiu o “desafio e a responsabilidade” de continuar a saga literária iniciada por Ian Fleming nos anos 1950, e que foi retomada por outros quatro escritores desde então. “James Bond tem permissão para brincar de ser Deus como agente secreto, mas deve decidir em que momento cruzará a linha que o separa do mal. Essa é a dúvida moral que enfrenta ao longo de todo o livro”, explicou o autor americano em entrevista num hotel no centro de Londres. “Se é necessário tirar uma vida, ele o fará, mas nunca por conveniência. Nos filmes, muitas vezes vemos mortes sem consequências emocionais, o que não ocorre neste livro.”

Deaver não renunciou aos ingredientes habituais dos livros e filmes protagonizados pelo agente britânico, onde não podem faltar os carros de alta categoria e as mulheres exuberantes – em “Carte Blanche“, Bond dirige um Bentley Continental GT e se envolve com três amantes.

O livro apresenta o agente por volta dos 30 anos, a serviço do MI6 britânico, com a missão de defender o mundo de um fato “terrível que vai acontecer em cinco dias”Deaver não revela mais detalhes do argumento que se desenvolve “a toda velocidade, cheio de reviravoltas e surpresas”, em cenários como a Sérvia, Londres, Dubai e África do Sul.

O americano atualizou o personagem de Ian Fleming que, embora ainda beba seu tradicional Vodka Martinii, deixou de fumar e não procura nas mulheres aventuras efêmeras, mas “algum tipo” de relação. “A primeira razão para que Bond tenha deixado de fumar é que meus livros são vendidos em mais de 150 países, e em muitos deles existe um movimento contra o tabaco”, assinalou o escritor. “Mas ainda mais importante é o fato que um agente secreto nunca fumaria porque seria muito fácil identificá-lo. A fumaça chama atenção e as bitucas deixam um rastro”, apontou Deaver.

O sexo e a violência estão presentes em “Carte Blanche”, mas de forma suave. “Prefiro não mostrar detalhes muito explícitos e me retirar no momento oportuno. Não me sentiria confortável descrevendo cenas de tortura, por exemplo. Além disso, Ian Fleming escrevia em 1950, uma época na qual as relações românticas não eram escancaradas, e eu encaro isso de forma parecida”, ressaltou o autor.

 

 

O escritor americano, decidido a localizar a seu personagem em nosso tempo, recorre a exemplos da atualidade para explicar a psicologia do agente secreto. Ao ser perguntado o que teria feito James Bond em uma invasão à casa onde se escondia o líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, Deaver não titubeia: “Ele teria disparado. Não acho que Bond teria algum problema com isso, especialmente se pensar nos atentados de Londres, Nova York e Madri. As pessoas têm que enfrentar as consequências de suas ações, e essa foi a consequência para Bin Laden.

“Carte Blanche” será lançado no Brasil pela Editora Record em 2012.

Por Guillermo Ximenis, EFE. █

1 Comentário

  1. Patthy disse:

    Estou ansiosa p/ ler esse livro. Já gostei de “Essência do Mal ” de Sebastian Faulks e Jeffery Deaver, pelo pouco q se vê da resenha do livro vai mesmo manter o padrão fleminguiano de escrever sem deixar de lado o “toque pessoal”. Boa sorte e sucesso p/ Jeffery Deaver. Q o espírito de Fleming o inspire.

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