Pierce Brosnan escreve homenagem para Roger Moore: “Nos apaixonamos por um ator magnífico”

Pierce Brosnan, Roger Moore, Últimas Notícias Por maio 30, 2017 Sem Comentários

Após publicar nas suas redes sociais e lamentar a morte do ator, Pierce Brosnan prestou mais uma homenagem a Sir Roger Moore na revista Variety.

Quando garoto, aos 11 anos, troquei a Irlanda por Londres no dia 12 de agosto de 1964 – mesmo dia da morte de Ian Fleming. Naquele final de semana eu assisti ‘007 Contra Goldfinger’ com Sean Connery no ABC Cinema na Rua Putney High com a minha mãe, May, e meu padastro, Bill.

Como eu poderia saber que minha vida seria entrelaçada pela grande alquimia de um herói cinematográfico como James Bond? Lá estava eu, sentado, naquele primeiro fim de semana da minha nova vida em Londres, imóvel e fascinado pela beleza daquela tela. Eu descobri o cinema e Bond, James Bond. No entanto, custava dinheiro ir até lá. E foi quando eu descobri meu primeiro e verdadeiro herói, Roger Moore. Simon Templar, ‘O Santo’, todos faziam parte de um só homem.

Refletindo eu percebo quanta influência Roger Moore teve em mim como um jovem imigrante irlandês das margens do rio Boyne. Eu acho que a combinação de Bond e ‘O Santo’ acenderam uma chama para a fama no meu inocente e prodígio coração. Eu queria estar lá em cima. Roger como ‘O Santo’ me fez acreditar em seu mundo. E antes que eu soubesse, o homem que antes era ‘O Santo” transformado em James Bond, um herói ainda maior para mim quando garoto.

Imergido completamente na magia do cinema e com meu apetite por um trabalho mais informado e voltado para os personagens nos filmes, acho que lentamente eu sonhava em ser um ator quando assistia ao trabalho dele, o que nunca me parecia trabalho. Claro, eu tinha apenas 12 anos. Só agora, após 40 anos, como ator, eu sei quão difícil é o caminho para se tornar um. E só agora, depois de todos esses anos, que eu sei que ele era um herói.

Ele tornou-se James Bond, uma tarefa nada fácil para um homem. Como ator ele devia saber que o trabalho em questão era hercúleo, com um mundo expectante à espera. Quem era o próximo da fila? Sean Connery tinha elevado os padrões, e George Lazenby, com poderoso talento e um coração valente, tinha dado o seu melhor. Agora era a vez de Roger. Ele sabia que seu tempo era agora, e reinou em sete filmes como James Bond com habilidade excepcional e timing cômico afiado. Ele conhecia sua comédia, e sabia quem ele era. Aparecia dentro e fora dos palcos com charme e graça. Ele sabia que nós sabíamos.

Nunca se esqueceu da audiência e nunca deixou os invejosos atrapalharem, Sir Roger seduziu o mundo por muitos anos como Bond. Sir Roger o interpretou até o fim com conduta impecável ​​e senso de ironia perverso que nasceu de anos nos palcos. Pelo amor de Deus, ele salvou nosso mundo com seus filmes como James Bond.

Ele é o único ator que eu já pedi um autógrafo. Eu tinha 12 anos, e meus pais tinham me levado até o Battersea Park. Entrei na fila perto da roda-gigante e esperei a minha vez de pegar o autógrafo. Eu queria ser como ele. Talvez por isso esperei. Mal eu sabia que ia chegar meu dia ser 007.

Muitos anos depois eu era um ator profissional casado e com filhos, e Roger e seu Bond apareceram para salvar o dia. Minha falecida esposa Cassie e nossa família, morávamos em Wimbledon. Eu acabara de terminar uma turnê de um ano no West End com a peça ‘Philomena’ dirigida por Franco Zeffirelli. E então, do nada, estava sem trabalho.

Um dia, Cassie conseguiu um teste para um filme de James Bond chamado ‘Somete Para Seus Olhos’, e bingo. Estávamos na luta mais uma vez. O filme foi gravado em Corfu e Cassie interpretou Lisl von Schlaf, um nome não muito bom, mas em um ótimo momento. Naquela época, Roger era o cara, e o mundo estava a seus pés. Ele foi muito generoso comigo e com as crianças. Eu estava lá por menos de uma semana, pois havia conseguido o papel principal em uma série de seis episódios chamada ‘The Manions of America’. Essa minissérie me levaria a interpretar ‘Remington Steele’ e, em seguida, James Bond.

Quando chegou a minha vez de ser Bond, as performances de Sean Connery e Roger Moore eram difíceis de superar com o meu DNA. Um dia, Roger veio até o set de ‘GoldenEye’ e me desejou boa sorte. E eu ainda estava maravilhado com o cara.

A última vez que o vi foi em uma homenagem a Cubby Broccoli no Albert Hall. O que mais uma pessoa pode pedir? Estou tão orgulhoso de ter conhecido a bondade e a humanidade de Sir Roger Moore.

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